terça-feira, 30 de junho de 2009

Jackson nos palcos de Londres e do Rio

Se tributos a Michael Jackson não chegaram à Broadway, em Londres a história é outra: o espetáculo 'Thriller Live' (foto) cumpre temporada na capital britânica e espera, a partir da morte do cantor, ver expressivos resultados na bilheteria. A receita da montagem é bem simples: sucessos do astro da música pop são enfileirados e interpretados por elenco grandioso, numa condução que lembra um 'American Idol' especial, sem foco em dramaturgia e, portanto, se esquivando das passagens polêmicas da vida do cantor. O show, que estreou em janeiro, começa com cinco hits do Jackson Five - grupo que revelou Michael, ainda criança - e termina ao som de 'Black or White', um dos últimos sucessos do astro, que depois amargaria sucessivos fracassos. Mesmo com a morte de Jackson, quinta-feira passada, o público que compareceu às sessões do show no fim de semana não deu demonstrações especiais de comoção, segundo a imprensa britânica, se limitando ao comportamento habitual de espectadores de musicais. De acordo com a crítica especializada, nem mesmo as coreografias remetem ao modo de dançar de Michael Jackson - há um ou outro número inspirado nos geniais passos do astro, como o popular 'Moonwalk', e só então a audiência demonstra alguma empolgação.
Para quem estiver em Londres e saudoso do astro, mesmo que a montagem pareça um tanto caça-níqueis, a hora é essa. Aqui no Brasil, Jackson também tem vez nos palcos, no espetáculo 'O Som da Motown', em cartaz no Teatro Leblon. A montagem tem um quadro inteiro só com canções do ídolo pop, principal artista da lendária gravadora. Entre os hits está 'Ben', que deve provocar lágrimas na plateia.

3º Prêmio APTR de Teatro será no dia 6

Esta é para colocar na agenda: a cerimônia do 3º Prêmio APTR de Teatro - do qual participo - acontece dia 6, no Teatro Fashion Mall, quando serão conhecidos os vencedores em 12 categorias. 'Inveja dos Anjos', 'A Noviça Rebelde', 'Traição' e 'Ensina-me a Viver' concorrem a melhor espetáculo, enquanto o prêmio de melhor atriz está entre Bibi Ferreira, Drica Moraes, Glória Menezes e Patrícia Selonk. Os Leonardos Franco e Medeiros disputam o prêmio de melhor ator com Rodrigo Pandolfo e Sergio Britto e os indicados da categoria especial são os 20 anos da Cia dos Atores; Bibi Ferreira, pela bela carreira dedicada ao teatro; o elenco de 'Beatles num Céu de Diamantes' e João Falcão, pela realização do projeto de inclusão de jovens e desconhecidos atores no circuito através da peça 'Clandestinos'.

Cristina Prochaska no Solar de Botafogo

Cristina Prochaska ficou famosa na novela 'Vale Tudo', em que sua personagem tinha um romance com outra mulher, embora para o público o affair fosse apenas levemente insinuado. De lá para cá, a atriz teve poucos papéis de destaque, mas o público carioca pode vê-la nesta temporada teatral no palco do Teatro Solar de Botafogo, toda terça e quarta, no espetáculo 'De Corpo Presente'. A peça, de autoria da atriz Mara Carvallio (que foi casada com o ator Antônio Fagundes e modificou o 'Carvalho' do sobrenome), é uma comédia que foca na incomunicabilidade dos dias de hoje. A ação se passa num velório onde membros de uma família se encontram. Dora, personagem de Prochaska, é uma atriz que se afastou da profissão para se dedicar aos filhos, mas resolve voltar a atuar, contra a vontade do marido. Já o papel de Mara é o de uma argentina judia que, supostamente, tem poderes mediúnicos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Grandes nomes do teatro musical em discos

Que crise no mercado fonográfico que nada. Para os atores-cantores dos musicais brasileiros, o tempo é de se lançar no competitivo mundo dos discos, com bravura, e de olho no público que tem prestigiado montagens recentes do Rio e São Paulo. Se nas prateleiras já se encontra o CD de Daniel Boaventura 'Songs 4 You', em que o ator-cantor se debruça em clássicos irresistíveis como 'Fly me to the Moon', 'Send in the Clowns' e 'You're so Vain', logo logo quem entra na praia da produção sonora é Soraya Ravenle (foto), que brilhou no ano passado com o musical 'Opereta Carioca'. Em cena na novela 'Paraíso', onde vem brilhando no papel da apaixonada Zefa, a atriz adianta para o blog um pouco do projeto: "Estou na pré-produção do CD que vou gravar com músicas do Paulo Cesar Pinheiro, com produção do Alfredo del Penho (de 'Sassaricando'). Este é um projeto antigo que finalmente vai sair", conta. Soraya é dona de uma das mais belas vozes do teatro brasileiro, mas não está só: outra afinada atriz, que já esteve ao seu lado em 'Ópera do Malandro', Alessandra Maestrini também poderá ser ouvida em CD. O nome do álbum é 'Drama 'n Jazz', com composições em português e em inglês. Segundo a atriz, intérprete da Bozena de 'Toma Lá, Dá Cá', Nelson Motta não só ouviu, como aprovou e enviou duas músicas para as rádios.

domingo, 28 de junho de 2009

No palco, três vezes João Fonseca

Para quem anda sentindo falta do onipresente João Fonseca, eis o que prepara o diretor teatral: em outubro ele estreia novo musical com Gustavo Gasparani (da parceria de sucesso no ótimo 'Opereta Carioca', ao lado de Soraya Ravenle); em novembro é a vez de uma peça de Fabio Porchat com Louise Cardoso e Josie Antello. O grande projeto está guardado para o ano que vem: 'Santa Maria do Caritó', de Newton Moreno (do sucesso 'As Centenárias'), com Lilia Cabral, que vem colhendo os frutos da adaptação da peça 'Divã' para os cinemas.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jackson: trajetória que rende um musical

Desde que começaram a pipocar na imprensa notícias sobre a morte de Michael Jackson, não pude deixar de pensar em algo que, apesar de claro, pode ter passado despercebido: Michael já estava morto há tempos. Tanto que, na sugestão da ressurreição a partir da anunciada turnê de volta, fez-se o silêncio, com o astro aceitando o próprio destino. Michael sabia que era incapaz de voltar a ser mesmo parte do que fora um dia, pois já se tornara outro, não só nos traços inicialmente modificados para se aproximar da aparência de Diana Ross, mas na vida de sonho descabido de quem não quer crescer e ecoa Neverland. Michael aos 50 era um arremedo de si mesmo e não, não seria capaz de envelhecer. A fenomenal era em que incendiou as pistas com hits do disco que ilustra este post já pertence a um passado remoto. Resta saber quanto tempo os produtores da Broadway levarão para sacar a incrível história que têm nas mãos para inundar as bilheterias de dinheiro com um musical sobre o ídolo e com músicas dele. Nem precisa chegar aos detalhes sórdidos da fase freak. Basta estacionar no auge e sugerir o declínio. Delírio para as multidões.

Fernanda Montenegro rumo aos 80 anos

Nesta sexta-feira de manhã, ao participar de uma banca de avaliação de alunos da CAL, um dos avaliados chamou atenção para um trabalho que realizara ao lado de Fernanda Montenegro durante a turnê que a atriz fez por cidades da Baixada Fluminense. Da cooperação extraíra ensinamentos grandiosos. Neste ano em que a grande dama do teatro brasileiro completa 80 anos (dia 16 de outubro), quem é presenteado é o público: vem de São Paulo o monólogo ao qual a atriz vem se dedicando com afinco, 'Viver sem Tempos Mortos'. Chega ao Rio em agosto a montagem em que o pensamento da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) é desnudado a partir de cartas trocadas por ela com o marido, o também filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980). O que a Baixada viu primeiro e a Zona Sul carioca verá em breve tem arrancado entusiasmados aplausos da plateia. Quase incessantes, por 10 minutos. Mais. Em retribuição, Fernanda abraça a si mesma como se estivesse abraçando cada pessoa do público, em forma de agradecimento. Além do discurso libertário e da saborosa carga intelectual que reveste o espetáculo, um momento chama especialmente a atenção: é o relato da morte e do funeral de Sartre. Na despedida de um amor de toda a vida está a emoção não só da personagem, mas também o da atriz que recentemente deu adeus ao marido, Fernando Torres. Como 80 anos de vida é uma data que merece celebração à altura, o blog teatropontocom contribui com estas bonitas foto da atriz, na juventude. Parabéns para ela.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Família que investe em problemas sexuais

'Todo Mundo tem Problemas Sexuais', peça de sucesso de Domingos Oliveira e Alberto Goldin, virou filme (que será lançado ainda este ano) e, após a passagem pelos sets de cinema, volta ao palco, com o mesmo Pedro Cardoso da montagem original e da película. Na montagem teatral que chega ao Teatro Fashion Mall dia 3 de julho, ele tem ao seu lado Priscilla Rozenbaum, Paloma Riani e Ricardo Kosovski, que também estão no elenco do filme. Quem pensou em Claudia Abreu errou: a atriz participa somente da produção que ocupará as salas de cinema. O espetáculo é dividido em seis episódios que têm o sexo como tema - o material bruto surgiu da coluna que Goldin, psicanalista, mantém no jornal O Globo. Desde sua estreia, 'Todo Mundo tem Problemas Sexuais' já foi vista por mais de 90 mil pessoas. Maria Mariana, filha de Domingos Oliveira, participou da primeira montagem; Priscilla Rozenbaum, mulher dele, está na atual, no filme, e em quase todas as produções que levam a assinatura do diretor...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Em debate: quebrar ou não a quarta parede?

Totia Meirelles, que tem se destacado na novela 'Caminho das Índias' apesar do papel coadjuvante, tem pela frente o desafio de interpretar o papel que a senhora da foto tão brilhantemente defendeu na Broadway: o de Mama Rose no musical 'Gipsy'. A previsão de estreia no Rio do musical dirigido por Charles Moeller e Claudio Botelho é para o início do ano que vem, mas o que chama atenção no momento é o comportamento da estrela da montagem da Broadway: num concerto realizado domingo em Las Vegas, a diva Patti Lupone resolveu parar de cantar para confrontar um dos espectadores, numa cruzada que vem fazendo contra aqueles que, na plateia, utilizam câmeras fotográficas, telefones celulares e outros apetrechos. O espectador, que fazia uso de um utensílio eletrônico, foi advertido. Situação semelhante acontecera em janeiro quando um espertinho tratou de tirar fotos no fim de 'Gipsy' em Nova York, o que é rigorosamente proibido.
Desta vez, porém, a interrupção brusca da senhora Lupone causou polêmica: milhares de internautas se manifestaram nos principais jornais americanos, em defesas acaloradas e críticas severas à atriz e cantora. Ao NYTimes, ela tratou de enviar uma carta, em que diz que não vai parar de agir assim e que exige tal respeito pela performance do ator em cena desde que estrelou 'Evita', e lá se vão 30 anos. Assino embaixo: Lupone, que tive o privilégio de ver em 'Gipsy' ano passado, está certíssima. Aqui mesmo, no Rio, é difícil encontrar uma peça em que telefones celulares não toquem durante a encenação. Pior: alguns até mesmo de atores.

'Mary Stuart' em NY: festa para os olhos

Vai de vento em popa a carreira de 'Mary Stuart' na Broadway. A peça - cujo texto, no Brasil, ganhou montagem com Julia Lemmertz no papel-título - seduz pela encenação grandiosa, com direito a chuva em cena e viscerais embates entre os personagens. O espetáculo é um dos mais aclamados da temporada em Nova York. Ficou curioso? Dá uma espiada no http://www.marystuartonbroadway.com/videolink/

segunda-feira, 22 de junho de 2009

'O Zoológico de vidro': emoções leiloadas

Saí de casa sexta animado com a possibilidade de ver mais um Tennessee Williams em palco carioca, desta vez, vindo de São Paulo. Passou-me pela cabeça a eletrizante montagem de 'Um Bonde Chamado Desejo', com Leona Cavalli e Milhem Cortaz, e o mesmo texto sob o título de 'Uma Rua Chamada Pecado', o clássico com Marlon Brando e Vivien Leigh que ganhou reedição especial em DVD com cenas excluídas do filme que fora para as telas de cinema em 1951. Dois exemplares que fazem jus à obra do autor americano que, em 'Zoológico de Vidro' (em cartaz desde quinta-feira no Maison de France), espalha tintas autobiográficas na história de uma mãe dominadora, que tenta administrar com mão de ferro a vida pouco extraordiária dos dois filhos. A favor da encenação dirigida por Ulysses Cruz estão a cenografia de Helio Eichbauer, que situa o ambiente de decadência e sonho da família Wingfield; a luz de Domingos Quintiliano, de casamento perfeito com a gangorra de emoções leiloadas das cenas; e os figurinos de Beth Filipecki e Renaldo Machado, especialmente interessantes na composição de Amanda, a mãe, e Laura, a filha, defendidas, respectivamente, por Cássia Kiss e Karen Coelho.
A opção de Cássia por imprimir certo humor no descontrole emocional da mãe é questionável, mas pode agradar boa parte da plateia. Vale ressaltar que o modo de falar da personagem - defendida com veemência por Cássia - lembra, e muito, o de tipos feitos pela atriz em trabalhos recentes na TV. A frágil Laura de Karen é um acerto, bem como a parceria entre Kiko Mascarenhas e Erom Cordeiro, o primeiro, o filho, o segundo, o suposto pretendente da irmã dele. A produção é bem cuidada e os ingressos saem bem mais em conta às sextas-feiras. Cotação **

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Hamlet de Wagner Moura na Zona Norte

Wagner Moura cansou de dizer por aí que seu Hamlet é popular. Agora, se esforça para popularizá-lo no sentido econômico: de hoje a domingo, o ator mostra sua visão para o clássico de Shakespeare no Teatro Odylo Costa Filho, na Uerj. O ator encarna o angustiado príncipe dinamarquês na Zona Norte do Rio com ingressos a R$ 30 (quem levar uma caixa de leite paga metade do preço). A montagem, considerada brilhante por muitos e superestimada por outros tantos, está completando um ano em cartaz - a estreia foi em São Paulo. A tragédia do príncipe assombrado pela planejada morte do pai foi dividida em dois atos, com o primeiro de rendimento superior ao segundo, em que o ineditismo da proposta de despojamento já demonstra cansaço. O texto, todos sabem, tem momentos de rara beleza, e Wagner alcança instantes memoráveis em alguns monólogos. É aquela coisa: tem que ver para ser mais uma voz acalorada no debate!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Espetáculos de sucesso de graça em São Paulo

Se o Rio investiu no Viradão Cultural, projeto que privilegiou a música, com shows gratuitos nos quatro cantos da cidade, é a hora de São Paulo apostar as fichas no teatro: a partir desta sexta, e até o dia 28, serão distribuídos 30 mil ingressos para espetáculos em cartaz na capital paulistana. A Festa do Teatro possibilitará que o público veja, de graça, peças como 'A Cabra ou Quem é Sylvia?', com José Wilker, ou o musical 'A Bela e a Fera'. Representante carioca, a montagem de 'A Noviça Rebelde' (foto) também participa do evento. A distribuição de ingressos começa já nesta quinta-feira, no Posto Centro Cultural São Paulo, das 16h às 20h, e segue no dias 23 e 26. Também haverá postos volantes na Lapa, Santo Amaro e Vila Formosa. Para saber de tudo, acesse o http://www.festadoteatro.com.br/

segunda-feira, 15 de junho de 2009

10 motivos para ver 'In on It' no Oi Futuro

Que 'In on It' é a peça do momento todo mundo sabe. O que muita gente ainda não sabe é que, apesar de os ingressos estarem todos vendidos até o fim da temporada, no Oi Futuro (dia 28 de junho, após três meses de sucesso), quem ainda não viu pode, com muita disposição e a possibilidade grande de não conseguir, tentar a sorte de descolar um lugarzinho ao sol na plateia. Apesar de a lotação estar esgotada há algum tempo, há sempre aquele convidado ou pagante que não aparece na hora H (na sexta-feira 12 e chuvosa dos namorados foi assim). Assistimos eu e uma amiga, com um lugar vago ao nosso lado, e não pude deixar de pensar que desperdício ele representava. Sim, porque há muitos motivos para ver a peça do canadense Daniel MacIvor dirigida por Enrique Diaz com Fernando Eiras e Emílio de Mello no elenco. Aqui vão 10:

1.
Porque enxergar a verdade é um risco. Será que é um mal necessário?

2. Porque nos voos de Eiras e Emílio, encontramos nossas próprias asas.

3. Porque a felicidade nos visita e nos escapa e a vida real é ficção.

4. Está lá o lembrete: algumas coisas terminam, outras simplesmente param.

5. Tudo bem, faça planos, mas não conte tanto com eles.

6. Na metalinguagem, um exercício sobre ser ou não ser.

7. Porque o olhar de Diaz é irônico, mas esperançoso.

8. MacIvor encena o jogo da vida.

9. Há humor em cena e a proposta de rir de si mesmo.

10. O título é perfeito para uma peça que beira a perfeição.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A merecida coroação de 'Billy Elliot' em NY

Assisti a 'Billy Elliot - The Musical' quando ele ainda era privilégio do West End londrino, no início de 2006, e saí do belo Victoria Palace Theatre com a certeza de que aquele era o melhor musical que eu tinha visto em todos os tempos. Foi uma noite mágica, em que nem o assento pouco privilegiado - mas ainda assim com boa visão do palco - atrapalhou o efeito que o musical teve sobre meus ânimos variáveis de quem viajava sozinho: a adaptação que o próprio diretor Stephen Daldry fez para os palcos de seu filme de 2000 é sublime, ode à liberdade muito bem orquestrada pelas canções de Elton John com letras de Lee Hall.
Não por acaso, o musical foi parar na Broadway e acaba de faturar 10 prêmios no Tony, o Oscar do teatro - os três garotos que se revezam no papel do protagonista foram agraciados com o prêmio de melhor ator (quando eu vi, eram outros três, que já cresceram e deram lugar aos atuais). No inteligente cenário que muda de tamanho num piscar de olhos à frente do espectador, há espaço até para Billy, o garoto filho de pai opressor que sonha se tornar dançarino no norte da Inglaterra, alcançar ares de Peter Pan e voar em cena. Entre os números musicais há um especialmente incrível, em que o garoto-prodígio dança em frente a um grupo de furiosos guardas enfileirados. E se Elton John não levou para casa o Tony de melhor música original, há aí uma injustiça, pois as canções que criou resgatam o excelente compositor dos velhos tempos. Quando for a Nova York, não perca tempo vendo sucessos de bilheteria de gosto duvidoso. Aposte no Billy: vale cada centavo do ingresso.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Encenação exemplar para 'A Alma Boa...'

Quando fiz o último post, sabia da boa recepção que 'A Alma Boa de Setsuan' tivera em São Paulo, mas não imaginava que todos os elogios eram ainda poucos para o espetáculo. A montagem, que abraça com vigor e humor a obra de Brecht, é um exemplo raro da função que o teatro deve ter: sim, aquele velho papo do teatro como agente transformador. As questões ali discutidas, sob direção de Marco Antonio Braz, envolvem o espectador de forma a torná-lo quase participante da ação dramática, nos dilemas morais da prostituta de alma boa que passa a conhecer toda a maldade do mundo quando recebe dinheiro, doado pelos deuses, que reconhecem nela uma firmeza de caráter que seus vizinhos de aldeia não possuem. Chen Tê tem em Denise Fraga uma intérprete delicada e iluminada, com nuances de composição que, a todo instante, parecem sussurrar nos ouvidos de quem a vê: "conheço agora a lei da sobrevivência, mas não sei se estou disposta a praticá-la para me dar bem". Ali, no mundo cão retratado, há momentos de lirismo em cena, com espaço para o surgimento do amor - por que não? - num romance que já nasce torto e poucas chances tem de conserto, mas ainda assim, clama por sobrevida. E quando Chen Tê se passa por um primo para se impor diante dos aproveitadores locais, Denise nos presenteia com um trabalho 'chapliniano', brindando com o melhor dos vinhos um espetáculo que exala graciosidade e inteligência a cada cena, com cenários que trazem a coxia para o palco, luz fantástica, figurinos inventivos e funcionais e elenco exemplar. Que a alma boa de Setsuan seja muito bem vinda ao Rio. Cotação: ****

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Denise Fraga desvenda os caminhos da alma

O Brecht de Denise Fraga chega nesta sexta-feira ao Rio. A atriz mostra aos cariocas 'A Alma Boa de Setsuan', espetáculo que em São Paulo faturou prêmios em importantes categorias do Shell, APCA e Qualidade Brasil. A trupe dirigida por Marco Antônio Braz fica no Teatro dos Quatro até o dia 2 de agosto. Denise interpreta Chen Tê, uma prostituta de bom coração, escolhida como 'a alma boa' da província chinesa de Setsuan. A atribuição divina, recompensada com dinheiro, acaba trazendo muitos transtornos à personagem, que passa a ser vítima da inveja e da exploração alheia. Pequenos detalhes fazem toda a diferença da encenação: a trilha é feita com samplers de músicas tradicionais chinesas, orquestradas por banjos, bandolins e guitarras; sacos de arroz chineses e tailandeses inspiraram os figurinos; os próprios atores recebem a plateia, distribuem o programa, manipulam o cenário e fazem o serviço de contrarregragem. É de João Caldas a bela foto que ilustra o post.

Pacotão artístico movimenta o Jardim Botânico

Literatura, artes plásticas, teatro, música... vai ter de tudo um pouco no evento 'Inventário do Tempo', que ocupa o simpático Espaço Tom Jobim , no Jardim Botânico (telefone 2274-7012), a partir desta sexta-feira. A diretora teatral Bia Lessa ministrará ao lado de Maria Borba o workshop 'Livros + Teatro' no dia 13 . No dia 20, a escritora e crítica literária Flora Süssekind vai analisar a obra de Bia na conversa intitulada 'Desconforto e Deslocamento', seguida da exibição do making of do processo de criação do espetáculo 'Formas Breves' (nova montagem assinada pela diretora, que estreia em julho). A gastronomia fica por conta da chef Roberta Sudbrack, com cardápios especialmente elaborados para o evento. Os livros serão o eixo principal do agito cultural, que mostrará a importância do uso deles como suporte para a manifestação artística. Para quem se interessou, vamos à programação completa:

sexta, 5 de junho
19h - abertura com a exposição Cadernos, do artista plástico Fernando Zarif com participação especial de José Resende.

sábado, 6 de junho
11h - conversas livros + gastronomia. Revelação do gosto aparentemente ausente, com Roberta Sudbrack (entrada franca, com distribuição de senha uma hora antes).
13h30 - experiências gastronômicas. Almoço Breves diversões de Boca, preparado pela chef Roberta Sudbrack (gratuito, com inscrição antecipada na bilheteria do teatro, lugares limitados)15h - conversas livros + cinema com José Carlos Avellar (crítico de cinema) e Eduardo Coutinho (cineasta).
17h - conversas livros + arquitetura com depoimento em vídeo do arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha.
19h - livros + artes plásticas: Cadernos. Fernando Zarif com participação especial de José Resende.

domingo, 7 de junho
11h - livros + crianças: passeio pelo jardim com a escola Sá Pereira (lugares limitados, senha uma hora antes).
13h30 - experiências gastronômicas no almoço Breves Diversões de Boca, preparado pela chef Roberta Sudbrack (gratuito, com inscrição antecipada na bilheteria do teatro, lugares limitados).
15h - conversas livros + arte + filosofia com Paulo Sérgio Duarte (crítico de arte) e Pedro Duarte de Andrade (filósofo). Lugares limitados, senha uma hora antes.
17h - conversas livros + ciências exatas com Luiz Alberto Oliveira (físico e filósofo) e Mário Novello (cosmólogo). Lugares limitados, senha uma hora antes.
19h - livros + artes plásticas no encerramento da exposição Cadernos, de Fernando Zarif com participação especial de José Resende.

sábado, 13 de junho
18h - Workshop Bia Lessa e Maria Borba: Livros + Teatro (valor simbólico R$ 10, lugares limitados, venda antecipada na bilheteria do teatro).
21h - experiências gastronômicas: almoço Breves Diversões de Boca, jantar preparado pela chef Roberta Sudbrack + Dj Dany Roland (gratuito, com inscrição antecipada na bilheteria do teatro, lugares limitados).

Sábado, 20 de junho
19h - conversas livros + livros com Flora Sussekind. 'Desconforto e Deslocamento', sobre a obra de Bia Lessa (lugares limitados, senha uma hora antes).
20h - exibição do making of do processo de criação do espetáculo 'Formas Breves' (lugares limitados, senha uma hora antes).
21h - experiências gastronômicas no Breves Diversões de Boca, jantar preparado pela chef Roberta Sudbrack + Dj Dany Roland (gratuito, com inscrição antecipada na bilheteria do teatro, lugares limitados).

Sábado, 27 de junho
19h - livros + música: Os Ritimistas + Léo Tomassini e convidados (R$ 10, venda antecipada na bilheteria do teatro).
21h - experiências gastronômicas no Breves Diversões de Boca, jantar preparado pela chef Roberta Sudbrack + Dj Dany Roland (gratuito, com inscrição antecipada na bilheteria do teatro, lugares limitados).

terça-feira, 2 de junho de 2009

Em cena, o poder e a dor dos 'vermelhos'

O pessoal da peça 'Os Ruivos' vai estar nesta terça-feira no programa do Jô. Eles emplacaram temporada de sucesso no NorteShopping, no Rio, depois do êxito que alcançaram na Zona Sul, em sua estreia, ano passado. Em cena, as agruras da restrita população brasileira que possui cabelos vermelhos, da infância à vida adulta. Os apelidos conquistados pelos 'vermelhinhos' já valem a sessão: Fanta Laranja é apenas um entre muitos outros...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Julia Lemmertz no teatro, na TV e no cinema

Depois do CCBB do Rio, é a vez do Teatro Municipal de Niterói receber, no dia 12 de junho, o espetáculo 'Maria Stuart', para temporada que se estende até o dia 21. Quem se aventura pelo clássico texto de Friedrich Schiller é Julia Lemmertz, que encara o papel-título e divide as atenções com Clarice Niskier, do sucesso 'A Alma Imoral'. O histórico conflito entre as rainhas, primas e rivais, Elizabeth, da Inglaterra, e Mary Stuart, da Escócia, ganha encenação nacional com quase três horas de duração e a direção é de Antonio Gilberto. Tem mais notícia boa para os admiradores de Julia Lemmertz: é dela um dos papéis principais do polêmico 'Do Começo ao Fim', filme que foca na relação de amor entre dois irmãos gays. O longa de Aluísio Abranches (com quem a atriz fez o provocativo 'Um Copo de Cólera') tem estreia prevista para o início do ano que vem. Na TV, a atriz pode ser vista na série 'Tudo Novo de Novo', toda sexta-feira, na Globo. Para quem ficou curioso sobre o filme, eis o trailer, sucesso absoluto no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=3DVa2DKSnU0